Por Felipe Mamone
Uma das questões mais discutidas no campo da arte & tecnologia é a dúvida sobre o quê e de que forma essas obras entrarão nos livros de história. Afinal, todo trabalho de base tecnológica está intrinsecamente vinculado àquela tecnologia específica. Diante da obsolescência programada, como manter a memória dessas criações ou mesmo o próprio trabalho funcionando?
Os arquivos do ACM SIGGRAPH (Special Interest Group on Computer Graphics and Interactive Techniques of the Association for Computing Machinery) constituem um primeiro e importante passo nesse sentido. Sendo a maior e mais tradicional conferência do mundo sobre o tema, o encontro é um momento fundamental para que profissionais, pesquisadores e artistas da área compartilhem seus desenvolvimentos.
Com ações que variam de palestras a workshops e, especialmente, exposições de arte, a SIGGRAPH lentamente constituiu um extenso arquivo de animações, web art, esculturas digitais, arte sonora e toda sorte de obras com componentes tecnológicos. Mais do que isso, o arquivo também registra os dados de todas as apresentações, artigos e seminários sediados pela instituição, em um esforço de registro não apenas da memória gráfica, mas também da produção intelectual a respeito dos avanços da área.
Apesar de o arquivo não conter muitas ferramentas de visualização ou interação, sua própria existência nos leva a refletir sobre a especificidade de um acervo de arte tecnológica. Mais que isso, ele nos faz pensar sobre qual o futuro de uma área que, muitas vezes, não se preocupa tanto em manter o passado.
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