Framework é um experimento orientado por IA que busca explorar novas formas de visualizar grandes acervos de obras de arte físicas no meio digital. A plataforma foi desenvolvida pelo estúdio de design e visualização de dados londrino Set Reset e tem como objetivo criar novos modos de utilizar a tecnologia para experienciar grandes conjuntos de dados.
Para isso, o escritório utilizou o acervo digital de mais de 480.000 itens disponibilizado pelo museu Louvre durante a pandemia, como forma de permitir um contato com as obras de arte a um público preso em casa. A equipe do Set Reset logo viu o grande potencial nesse repositório impressionante e entendeu que a maneira como ele havia sido disponibilizado ao público carecia de recursos mais inventivos.
A partir disso, eles elaboraram duas questões:
1. Como podemos envolver o público de novas maneiras, incentivando a exploração por meio de um design lúdico e interações inovadoras?
2. Como podemos usar o aprendizado de máquina para revelar padrões na coleção, utilizando dados para mostrar tendências e transformações que ocorrem ao longo de gerações de artistas?
A plataforma Framework é a resposta dos designers a essas questões: uma série de experimentos com o objetivo de revelar a coleção do Louvre sob uma nova perspectiva, desvinculada da realidade física da galeria.
O projeto propõe quatro formas de visualização, todas elas focadas nos rostos retratados nas milhares de pinturas disponibilizadas. Na primeira delas, os rostos são recortados em círculos e dispostos em uma grande nuvem que pode ou não ser ordenada por cor. Ao passar o mouse sobre cada uma dos rostos é possível receber informações sobre a obra em questão. Na segunda delas, todos os rostos estão sobrepostos e com o movimento do mouse é possível ver cada um deles a partir de duas ordenações: ou a direção do olhar de cada rosto, que acompanha a posição do mouse, ou a partir do limite do quadro de onde o rosto foi recortado. A terceira visualização explora a construção de rostos a partir de recortes, verticais ou horizontais, de diferentes obras, que se encaixam perfeitamente. Os novos rostos podem ser compostos de quatro a até 64 fragmentos. Já o quarto modo de visualização sobrepõe todos os rostos com um efeito de soma e transparência criando algo como o “rosto médio”. O recurso pode ser empregado para visualizar tanto o rosto médio entre todos como o feminino ou masculino.
Assim, Framework explora diferentes modos interativos de visualização que convidam o usuário a descobrir padrões e variações entre milhares de rostos pintados — revelando semelhanças, contrastes e composições coletivas que só se tornam possíveis no ambiente digital.
Conheça
Explore a ferramenta, seus muitos recursos e fique cara a cara com centenas de retratos de um dos acervos museológicos mais famosos do mundo. Saiba mais sobre o projeto em: