O projeto Medusae, da artista italiana Cristina Tarquini, propõe um mergulho no mar mediterrâneo através de visualizações interativas que abordam o aumento das populações de águas-vivas. O projeto investiga o que as populações de águas-vivas podem nos dizer sobre as mudanças climáticas no mediterrâneo
A autora do projeto, que cresceu perto do mar, sempre se fascinou com as criaturas misteriosas desse habitat tão inóspito ao ser humano, por conta da falta de oxigênio e da pressão. Particularmente atraída pelos padrões presentes nas criaturas marítimas, uma de suas preferidas sempre foi a água-viva. As diversas espécies possuem propriedades incríveis e inspiram áreas que vão da genética até a robótica.
Para além de padrões no corpo, com a intenção de atrair presas ou se camuflar, o meio ambiente que as águas-vivas habitam também revela padrões. Com isso, a designer se perguntou se as águas-vivas poderiam representar pistas visuais sobre as mudanças no ambiente aquático. O aumento das águas-vivas poderia ser uma visualização de dados da natureza? Ou, talvez, revelar padrões escondidos sobre a saúde dos oceanos e o equilíbrio do ecossistema?
A narrativa virtual apresenta e mapeia diferentes condições ligadas ao aumento das temperaturas do mar mediterrâneo. Dessa forma, evidencia-se que a proliferação das águas-vivas representa um sintoma do estresse que a mudança climática está causando aos oceanos.
As visualizações exploram as colorações e movimentos presentes nas águas-vivas e mapeiam pontos críticos vinculados a diferentes condições que colaboram com o aumento das espécies. As cinco condições analisadas são: temperatura das águas, espécies invasoras, acidificação, baixo oxigênio e sobrepesca. Todos os pontos são apresentados através de cartografias e, clicando em cada um deles, é possível visualizar painéis explicativos associados às espécies de águas-vivas.
O projeto é uma parceria com o Google Arts and Culture e utiliza dados de instituições como a NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, da UNICEF e da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). A validação científica é de Fabien Lombard (Laboratoire d’Océanographie de Villefranche).
Conheça
Visite o projeto e mergulhe com as águas-vivas em