Conheça a plataforma curatorial aarea

Cássia Hosni

Fundada em 2017 e concebida por Livia Benedetti e Marcela Vieira, a plataforma curatorial brasileira tem como conceito aarea, a-area, com a partícula negativa “a” que sugere a negação de uma área fixa, estável e definitiva. Por meio de edições, o projeto comissiona trabalhos de artistas que vão pensar em trabalhos especialmente desenvolvidos para a internet. Disponível online por um determinado período, as curadoras acreditam que as obras de net arte se aproximam da efemeridade das obras em performance, no qual o registro, ou a documentação, disponibilizadas no site, não dão conta da experiência artística, sendo necessário um acompanhamento das curadoras ao ser visualizada no acervo.

Dentre as atividades, aarea oferece cursos, seminários e parcerias com outras instituições artísticas. Projetos como Replicante, de Clara Ianni, que integrou a 34ª Bienal de São Paulo (2021), consistia na possibilidade do espectador deixar o número do celular e agendar uma data para que um bot entrasse em contato pelo Whatsapp. Assuntos como a eleição da extrema direita, fluxos de informações e mercadorias e a pandemia eram abordados durante a interação entre o usuário e o robô. Outro projeto, Vai ter que me engolir, de Gabriel Massan, trazia o espaço físico do centro cultural Pivô para o metaverso. 

Na 31a. edição, exibida no site de agosto a outubro de 2020, destaca-se a restauração do trabalho Chance Words, de Augusto de Campos, em que Adriano Ferrari, consultor técnico e desenvolvedor tecnológico criativo do aarea, descobriu que havia um poema no código-fonte, originalmente escrito em Flash pelo artista. Campos havia escrito um poema nos códigos, algo que se perdeu na recriação da obra, mas que permitiu que a obra não se perdesse pela obsolescência do programa, evitando o seu possível desaparecimento.

Conheça: https://www.aarea.co/site